PASSEI

Como algumas pessoas perguntam, reservei este post para falar sobre mim e, quem sabe, contribuir nos estudos dos outros. E também para discorrer sobre o concurso de 2022.

Sou formado em engenharia de produção mecânica, em 2010, pela UFSC. Em 2013, comecei a prestar concursos apenas para a nossa área.

Fiz a prova da Petrobras 2014 (edital de fev, prova em mai), só tinha 1 vaga para Macaé e 1 para o Rio + 10 CR, fui muito mal. 

Depois, comecei a estudar para o segundo concurso no mesmo ano (edital em set, prova em dez), só podia escolher entre Florianópolis e Salvador, 1 vaga em cada + 10 CR. Então resolvi todas as provas anteriores (inclusive para o cargo de administrador), procurei muitas outras questões da banca em outros concursos, fiz resumos, vi os assuntos que mais caíam, enfim, estudei tudo que pude. Foi nessa época que criei este blog, pois eu procurava questões e não achava muitas resoluções (qconcursos ainda não estava bem desenvolvido). Em um site, ele apresentava algumas resoluções, mas vendia apostila para todas as outras (o site não existe mais), isto me deixava com raiva. Foi também quando achei um livro de resoluções (do Neumann) e o achei muito ruim. Entre outros motivos, ele justificava uma resposta errada falando que a outra  estava certa...

Então, humildemente, pensei em compartilhar as minha resoluções para ajudar os outros e  aprender, pois quem ensina também aprende! Além de aprender com alguns comentários. Tento ser prático nas resoluções, não tem por que enrolar em provas de concurso. Nesse concurso de Floripa, eu fiquei em 12º, ou seja, o primeiro fora do CR.

Em 2018, havia 11 vagas para o Rio e 1 para Macaé, por isso não fiz a prova. Na época, estava morando e trabalhando em Brasília, concursado fora da área de formação. Este foi o último concurso realizado pela banca Cesgranrio e foi bem bagunçado.

Em 15 de dezembro de 2021, surpreendentemente, saiu um edital com enorme quantidade de vagas, como não se via há anos, 72 vagas nacionais (ampla concorrência)! Surpreendente também foi a troca de banca (ou nem tanto, devido à bagunça anterior), saiu Cesgranrio, entrou o CEBRASPE (antiga CESPE). A prova foi dia 20 de fevereiro de 2022.

Obs.: a Petrobras é uma sociedade de economia mista, não divulga reserva de orçamento, não precisa solicitar concurso para ministério nem ninguém, não divulga a escolha de banca, por isso não tem como saber se um concurso está próximo (é diferente de órgãos públicos).

Essa mudança de banca mudou toda a prova:

• 50 questões básicas, sendo 30 de português e 20 de inglês (o edital não especificava esta quantidade) - peso ENORME para português, que, antes, nem fazia diferença;
• 70 questões específicas, mas CEBRASPE quase não fazia prova para engenheiro de produção e, quando fez (como SLU 2019), alterou bastante o gabarito definitivo (uma zona);
• Básicas e específicas têm o mesmo peso.
  
• Prova para marcar C ou E (ou deixa em branco), sendo que uma errada anula uma certa - isto leva à necessidade de estratégia como "deixar quantas em branco? Chutar ou não? As que marquei serão suficientes?", etc.

O edital foi praticamente copiado do anterior, ainda assim, todos estariam "no escuro" do que ia cair, os tópicos de cada matéria, a quantidade de cada, etc. Então eu decidi não comprar nenhum curso e estudar por minha conta.

Vale comentar sobre o Estratégia, a maior empresa do mercado, cujo curso a grande maioria comprou. Conversando com os aprovados, foi praticamente unânime que não gostaram da parte de eng. prod. deles, todos criticam o professor. Eu apenas assisti aos vídeos gratuitos no Youtube e também não gostei do professor, que só lia, quase não explicava. Contudo, de certa forma me ajudou, conhecimento nunca é demais. A "correção", após o gabarito preliminar e antes do definitivo, realmente foi ruim (vide os comentários lá), um tiro no pé. E os simulados mostraram que eles estavam perdidos na distribuição de matérias da prova e também na profundidade delas. Por exemplo, uma questão de contabilidade para engenharia de produção com certeza é diferente de uma para economia! Eu não cheguei a ver o material pago, mas, conversando, percebi que aconteceu algo comum em cursinhos: eram muitas matérias, na incerteza do que vai cair, entope o material com tudo possível, no final, o cursinho englobou toda a matéria!  Chegaram a dizer "vai aprender mais que na faculdade [de contábeis]"! Não adianta, não daria tempo de estudar tudo em dois meses e, para algumas matérias, sequer seria necessário. Então não foi pensado PARA engenharia de produção, não foi pensado de maneira macro. Eram matérias isoladas que, como estavam no edital para a nossa ênfase, entraram no curso (todo cursinho faz muito isso). Aí ficava a cargo do estudante atribuir importância a cada matéria e estudá-la (o que também seria uma aposta).

Dois cursinhos que são mais conhecidos no RJ e até mais experientes em produção, Reta de Chegada e DSC, também não foram bem falados, mas tiveram aprovados... A mudança de banca atrapalhou todos, todos tiveram seus defeitos e seus vitoriosos.

Como dito, não paguei nenhum cursinho e resolvi estudar (pela última vez para Petrobras). Como não havia passado nas outras vezes, resolvi fazer diferente pelos 2 meses que tinha até a prova:

• Durante o primeiro mês, eu ainda estava trabalhando (home office), acordava 6:20h, trabalhava e estudava até +-22:30h.
• Tirei 3 semanas de férias para estudar (inédito na minha vida), estudava das 6:30h até +-22:40h (até +-23:40h nas duas últimas semanas) - exceto duas vezes que fiquei com dor de cabeça e parei às 21h;
• Praticamente só parava para comer e ir ao banheiro; não sou especialista, mas não acredito quando dizem que "o cérebro só absorve conhecimento por uma hora; tem que tirar intervalo a cada hora; fazer exercício físico ajuda na aprendizagem, etc", acaba virando um pretexto para parar, eu acho melhor pausar apenas quando estiver cansado; seriam apenas 2 meses, não era hora de experimentos...
  
• Meu lema foi "ESTUDO TOTAL";
• Para evitar distrações, eu deixava o celular desligado durante a maior parte do tempo e, quando o utilizava, colocava timer para fechar os aplicativos;
  
• Dias 24, 25, 31/dez eu também estudei, mas parei mais cedo; dia 1º/jan foi o único dia que não estudei nada;
• Li (de novo) o livro do Slack e também partes de outros livros, além da minha apostila pessoal com resumos desde 2014 (melhor resumo é o que você mesmo faz);
• Refiz praticamente todos os mais de 1000 exercícios da minha apostila pessoal, que só tinha questões da Cesgranrio, então adicionei (e resolvi) mais umas 500 questões do CESPE - falando apenas de eng. de produção; português e inglês foi a parte.
  
• Resolvi questões CESPE de cada uma das matérias no site qconcursos (infelizmente este site passou a ser pago até para ler os comentários! ; é importante saber como a banca costuma cobrar cada matéria, mesmo que o CESPE seja imprevisível).
• Refiz todas as provas anteriores e mais outras do CESPE para eng. prod. (não são muitas).
• Assisti aos vídeos gratuitos do Estratégia (prof. Daniel), no Youtube, para eng. prod., não eram excelentes, mas ajudaram (link)...
• Os simulados deles não ajudaram... era uma junção de questões das matérias, não eram pensados para eng. de prod.
• Eu nunca tinha estudado muito português, pois me achava suficiente (percebi que é uma soberba de muitos concurseiros), porém, neste concurso, o peso da matéria era enorme, então baixei a minha bola e estudei bastante. Assisti a vários vídeos da prof. Adriana (do Estratégia), ela domina o CESPE, é a melhor professora de português que já vi! Excelente! E, claro, resolvi muitas questões.
  
• Importante também é o concurseiro se conhecer, evitar distrações, se programar, ter disciplina, saber onde tem mais dificuldades, saber em qual matéria deve focar...
• Eu, por exemplo, não sei muito de contabilidade (havia uns 3 tipos no edital), mas percebi que os simulados do Estratégia nesta matéria estavam avançados demais para eng. de produção, ou seja, não cairia naquela profundidade. Outro exemplo é estatística, uma matéria gigante, achava que não seria tão complexa na prova, mas foi e eu deixei umas em branco (mas  acertei uma que o professor tatuado do Estratégia tinha "apostado", na aula de véspera, que cairia e caiu!).
• Aí entra a estratégia de prova do CESPE: quantas deixar em branco? Quais? Se eu responder apenas as que tenho certeza, serão suficientes para passar? Devo me arriscar nas que não tenho certeza? Devo chutar? Qual o grau de (in)certeza para chutar? Não existe uma regra, mas tenha um ou mais planos para a hora da prova. O meu foi:
• Eu tinha quase certeza que com 80 pontos dos 120, eu passaria. É um valor plausível para concurso CESPE específico para uma formação. Planejei deixar 10% em branco, assim, precisaria no total de 74% de aproveitamento (80 pontos em 108 respondidas).
• Apostei alto nas básicas e esperava, pelo menos, 40 pontos dos 50. Então, outros 40 viriam das 70 específicas.
• Na hora da prova, eu deixei 13 em branco, das quais várias foram de estatística e nenhuma das básicas (conforme planejado).
• Após anulações e alteração (incompreensível para mim) de gabaritos, não atingi os 40 das básicas nem os 80 no total, mas fiz 77 pontos e passei em 36º. O primeiro fez 89 pontos e o 72º (e muitos outros), 73 pontos.

Apesar do concurso ser "nacional", todos fazem o curso de formação no Rio de Janeiro e a chance de trabalhar aqui, para engenheiros de produção, é muito grande, é quase certeza. Várias pessoas achavam que eu já fosse empregado da Petrobras e por isso divulgava resoluções. Não, virei agora. E fiquei muito feliz com candidatos torcendo para eu passar e também com vários dos aprovados (que viraram colegas de trabalho) dizendo que este blog os ajudou a passar!

Em resumo (para mim): disciplina, dedicação, aulas, livros e exercícios, muitos muitos exercícios.